O grande desafio do artista é viver - viver e não sucumbir à loucura, à autodestruição e à morte precoce. Os dons da criatividade, da imaginação livre e do fluxo constante de ideias são muitas vezes associados com a instabilidade emocional e a vulnerabilidade, a mania e o desespero. Acredito que essa dualidade pode ser gerenciada e a autodestruição pode ser evitada. No entanto, esta tarefa hercúlea muitas vezes não é percebida nem falada com franqueza.
A maioria dos dons do artista é irrelevante para o mercado e o mercado serve como uma espécie de deus misterioso de admiração e reverência em nossa sociedade. Consequentemente, conselhos práticos sobre como viver como artista são escassos - simplesmente não somos importantes o suficiente. Somos também vistos como ameaça à brutal ordem estabelecida. E assim morremos jovens. Somos vencidos pelo outro lado do dom artístico.
Mas não precisa ser desse jeito. Quando reconhecemos que a criatividade, por sua natureza, contém as sementes da própria destruição, podemos aprender a estar preparados para as tempestades. Podemos desenvolver hábitos e habilidades para limitar a duração, a frequência e a intensidade delas. Podemos ser práticos. Podemos viver guiados pelo amor-próprio e não pelo senso de inferioridade e autodestruição tantas vezes romantizadas pela própria arte.
-- DH 1/22, traduzido do ingles com Martha Maria Costa
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